A árdua habilidade de amar pessoas difíceis

Existem pessoas no meu mundo que são difíceis de amar. Algumas delas estão determinadas a se autoproteger, são irritadiças e estão constantemente na defensiva; é preciso apenas uma coisinha de nada para que explodam. Elas atacam verbalmente e então se afastam emocionalmente e, às vezes, fisicamente, eliminando todas as chances de comunicação. Outras são simplesmente maldosas, sem nenhuma razão aparente. Parecem ter prazer em sabotar cada interação, então a maioria das conversações terminam tristemente, com ressentimentos de ambos os lados. E também existe o tipo bisonho, que se lastima pela vida, sempre olhando o lado negativo das coisas. Elas percebem e (incessantemente!) discutem cada detalhe melancólico de suas vidas. Jogam um balde de água fria em cada conversa. Francamente, eu me canso de todas elas.
Como eu lido com pessoas difíceis? Algumas vezes eu as evito ignorando seus e-mails, perdendo suas mensagens telefônicas, não permitindo que nossos olhares se cruzem no trabalho. Outras vezes eu tento conduzir nossas interações fazendo com que sejam breves tanto quanto possível. Ocasionalmente falo sobre elas com outra pessoa. E quando não aguento mais, digo-lhes umas verdades. Sarcástico, crítico e barulhento são minhas opções preferidas quando estou farto e não suporto mais.
Hummm, essa é uma série interessante de reações… fuga, manipulação, fofoca, contenda. Sabe de uma coisa? Pensando bem, eu também posso ser alguém difícil de amar.

Todos nós somos difíceis de amar

Aprender a amar pessoas difíceis começa com o entendimento de que você (assim como eu) também é difícil de amar. Pode não ser difícil da mesma maneira que aqueles a sua volta, e você pode não causar a mesma quantidade de danos nos relacionamentos; mas internamente, à sua própria maneira, você é tão difícil de amar quanto qualquer outra pessoa.
Assim como aquelas pessoas difíceis, você e eu pecamos e nos desviamos (Is 53.6; Rm 3.22-23). Foi preciso o sacrifício de Jesus na cruz para que Deus acolhesse a mim e a você em sua família. Deus não o ama porque você foi um acréscimo maravilhoso à família dele; ele o ama apesar de como você é. E através do seu amor por você, ele o transforma para ser como ele é. Ele o faz amável, embora você não fosse assim. (2Co 5.17,21). Você precisa receber de Deus exatamente as mesmas coisas que outras pessoas precisam receber de você: graça, misericórdia, bondade e acolhimento.
Se no fundo você sabe que não é amável e que a aceitação de Deus é completamente imerecida, então você terá uma atitude acolhedora em relação a outras pessoas não amáveis. Mas se você acredita ser uma pessoa essencialmente digna, que qualquer um seria privilegiado de conhecê-lo, então você não acolherá outras pessoas até que elas mudem e se tornem dignas… assim como você!
Aprender a árdua habilidade de amar pessoas difíceis começa por pedir a Deus para lhe mostrar como é difícil amar você. Quando ele responder sua oração, peça que o perdoe. Então, por ter sido perdoado por tanto, você será capaz de compartilhar com outros a graça que recebeu (Lc 7.47).
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