Voltamos a meditar sobre assuntos
relacionados com a família. Desejamos
enfatizar um pouco o relacionamento
entre pais e filhos, e entre filhos e pais.
Parece algo já muito “batido”, não é? Até concordo,
mas medite comigo nesta reflexão, e verá que talvez
ainda há muito a se fazer, trabalhar, e construir, no
relacionamento entre pais e filhos.
Conheço pais e mães, na igreja local, por
onde tenho tido experiência, em meu ministério, que
não valorizam o relacionamento entre os membros
da família. Lembro-me de uma irmã, que , em sua
casa, estava na maior discussão, acirrada, com seu
filho. Gritava, esbravejava, vociferava, de modo nervoso, sem controle. De repente, o telefone tocou. Era
um irmão, da igreja, que desejava falar com ela.
Pois bem. Aquela mulher, que parecia uma
fera, gritando com o filho, baixou o tom de voz, rapidamente, e falou ao telefone com uma “educação”,
que só vendo. “Alôôo... Sim, é o irmão fulano?”; “A
Paz do Senhor...; como vai? Como vai sua esposa...”
– “Ah!, sim, tudo bem... vamos bem, graças a
Deus...”.
E a conversa continuou por alguns minutos,
numa cortesia de fazer inveja!
No entanto, minutos antes, estava numa verdadeira guerra de palavras com o filho, que, no caso,
não houvera cometido nada grave. Apenas esqueceu
-se de fazer os deveres da escola. Mas a mãe ficou
desconcertada, descontrolada, ameaçando bater no
filho, de onze anos. O seu descontrole era tal, que as
veias apareciam no pescoço, e estava “vermelha” de
raiva. É interessante. Com pessoas estranhas, na
maioria das vezes, somos educados, corteses, amorosos.
Com os familiares, especialmente com os filhos, somos grosseiros. Isso não é coerente com o
caráter cristão. São dois pesos e duas medidas.
Entendemos que, quando um filho, ou filha,
deixa de cumprir seus deveres, deve ser admoestado, aconselhado, e, se continuar falhando, se torna
necessário algum tipo de disciplina corretiva: repreensão, advertência, e , até, suspensão de algum direito, de andar de bicicleta, de ver TV, de ir passear,
etc. Isso é “vara da correção”; é disciplina, que valoriza os limites que um filho deve respeitas. Mas a
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disciplina tem que ser praticada com amor e respeito.
Disciplinar vem da palavra discipular. E a Bíblia diz: “Ensina o menino no caminho em que deve
andar; e, quando envelhecer, não se esquecerá dele” (Pv 22.6). Ef 6.4, diz que os pais devem criar os
filhos na doutrina e na admoestação do Senhor, e não
deve provocar a ira em seus filhos. No relacionamento
cristão, deve haver amor entre pais e filhos, e entre
filhos e pais. Estes devem ser os maiores amigos de
seus filhos, e não seus adversários.
Da mesma forma,
os filhos devem amar seus pais, e serem seus amigos.
Com a graça de Deus, oração, culto doméstico, isso é
perfeitamente possível.
Veja outro exemplo. Uma mulher estava andando, na rua, e um estranho esbarrou nela. Sua reação foi muito educada: “Oh! Me desculpe, por favor!”.
O homem respondeu: “Ah!, Me desculpe, também;
simplesmente não a vi”. Muita educação entre os dois.
No entanto, mais tarde, a mulher estava preparando o jantar, e seu filho pequeno se aproximou,
querendo dizer algo. Ela, apressada, gritou: “Sai do
caminho, garoto!”. O menino saiu, em silêncio, com o
coração doído. À noite, ela ouviu a voz de Deus:
“Quando falava com um estranho, quanta cortesia você usou! Mas com seu filho, a criança que você ama,
você nem sequer se preocupou com isso. Olhe no
chão da cozinha.
Você verá algumas flores perto da
porta. Aquelas são flores que seu filho trouxe para
você. Ele mesmo as pegou. Ele ficou quietinho para
não estragar a surpresa, e você nem viu as lágrimas
nos olhos dele!”. Naquele momento, disse ela: “eu me
senti muito pequena e com o coração banhado em lágrimas. Então, fui até a calam dele e me ajoelhei ao
seu lado. “Acorde, filhinho, acorde. Estas são as flores
que você pegou pra mim?” Ele sorriu e disse: “Eu as
encontrei embaixo da árvore. Eu as peguei porque as
achei tão bonitas quanto você. Eu sabia que iria gostar”. - Eu disse: - Sinto muito, filho, pela maneira como agi hoje. Eu não deveria ter gritado com você daquela maneira”. E ele disse: “Ah! Mamãe, não tem
problema. Eu te amo mesmo assim”.
Você já parou para pensar sobre a qualidade
dos seus relacionamentos familiares, afetivos? Como
você se comporta com relação àqueles que estão próximos?
Pr. Elinaldo Renovato de Lima
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