Temperança é uma palavra pouco ouvida, e pouco falada no meio das pessoas
comuns. Os evangélicos, quando lêem
a Bíblia, a conhecem um pouco, às vezes como seu
sinônimo, que é “domínio próprio”. No Dicionário,
encontramos que temperança é “Qualidade ou virtude de quem é moderado, ou de quem modera apetites e paixões; sobriedade. Moderação, comedimento,
temperamento” (Aurélio).
Na palavra de Deus, vemos a temperança
como um dos aspectos mais importantes do “Fruto
do Espírito” (Gl 5.22). Ao lado do amor, da alegria,
da paz, da longanimidade, da benignidade, da bondade e da fé, vem a temperança.
Cremos que não foi
por acaso que esse “fruto” foi colocado no final da
lista de qualidades ou virtudes cristãs essenciais. Deve indicar que, em tudo, devemos ter moderação,
equilíbrio, domínio próprio. O cristão, homem ou mulher, não pode ser desequilibrado.
Uma das falhas mais comuns, entre os crentes em Jesus, é a falta de equilíbrio emocional. De
vez em quando, vemos pessoas rompendo amizades
antigas, por causa de palavras duras, impensadas,
em que alguém, sem controle, explode diante do irmão ou da irmã em Cristo. É falta de temperança. É
falta de submissão ao Espírito Santo de Deus. É atitude de quem é carnal. Quem é espiritual vive sob o
controle do Espírito Santo, e não se descontrola facilmente, ante as adversidades.
Há esposos, mesmo evangélicos, que são
desequilibrados emocionais, gritam com os filhos,
gritam com as esposas, faltando com o amor que
deve ser a marca do discípulo de Jesus (Jo
13.34,35). Há esposas que se desequilibram emocionalmente, choram, gritam e agridem os esposos com
palavras, agridem os filhos, gerando um clima de
neurose no lar, tornando o ambiente insuportável. Há
filhos que não respeitam seus pais, agredindo-os
com palavras, em total desacordo com a palavra de
Deus, que manda os filhos honrarem seus pais (cf.
2
Ex 20......).
Isso é falta de temperança, de domínio
próprio. Mais que isso: é falta de conversão do tempe- ramento.
Uma ilustração, de autor desconhecido, nos
mostra o que significa a falta de temperança. “Quando
criança, por causa de meu caráter impulsivo, tinha
raiva a menor provocação. Na maioria das vezes, depois de um desses incidentes me sentia envergonhado
e me esforçava por consolar a quem tinha magoado.
Um dia, meu professor me viu pedindo desculpas depois de uma explosão de raiva, me entregou uma folha de papel lisa e me disse: - Amasse-a! Com medo,
obedeci e fiz com ela uma bolinha. - Agora - voltou a
dizer-me - deixe-a como estava antes. É óbvio que
não pude deixá-la como antes... Por mais que tentei, o
papel ficou cheio de pregas.
Então, disse-me o professor: - O coração das pessoas é como esse papel...A
impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados. Assim aprendi a ser mais
compreensivo e mais paciente. Quando sinto vontade
de estourar, lembro deste papel amassado.
A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar.
Quando magoamos com nossas ações ou com nossas
palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde
demais. Alguém disse, certa vez: "Fale quando tuas
palavras forem tão suaves como o silêncio".
Que Deus nos ajude a sermos temperantes em tudo,
principalmente no falar; e de modo especial, quando
tivermos algum conflito de opinião com alguma pessoa. Quando amassamos as emoções de alguém, é
difícil restaurar a relação anterior.
Pr. Elinaldo Renovato de Lima
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