“O VALOR DA UNIÃO NA EVANGELIZAÇÃO”

A palavra união tem vários significados. Quer dizer tanto o ato ou o efeito de unir -se, como adesão, reunião de esforços, de vontades, unidade, etc. Na Bíblia, o valor da união é destacado no Salmo 133, que diz: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união! É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho o Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre” (Sl 133.1-3). A união promove a unidade da Igreja do Senhor Jesus. Sem ela, seu povo torna-se fraco, e vulnerável à ação predatória do adversário. Dizia certo homem: “Se unidos, somos fracos, desunidos seremos nada”.
Com a união, no entanto, o povo de Deus torna -se forte, sob a proteção e a direção do Senhor, pronto para enfrentar todos os desafios e os embates na batalha espiritual contra o mundo, a carne e o diabo. Assim, quando pensamos em evangelização, temos que levar em conta o valor da união da igreja, mesmo da igreja local, que é formada por todos os salvos, que vivem num determinado lugar ou região. Evangelizar sem oração é perder tempo e esforço. Os resultados não acontecem. Evangelizar sem união é desperdiçar recursos espirituais, humanos e materiais preciosos, colocados por Deus à disposição da Igreja. É necessário que haja união. A evangelização é comparada à pesca de rede. Os pescadores unem-se para trazer mais peixes, em lugar da pesca de anzol, que é solitária.
Um dos trabalhos que mais exigem união, e esta é a força que lhe dá êxito, é o método chamado Mutirão Evangelístico. Todas as casas da Cidade são visitadas; todas as clínicas, o comércio, as escolas, as ruas, as praças, as prisões, e todos os lugares são visitados com a palavra de Deus. Assim como se faz uma casa em um dia, através de um mutirão de pessoas abnegadas, pode-se evangelizar uma cidade em pouco tempo, através da união de esforços de todos os segmentos da igreja local. As almas, em sua maioria, estão perdidas, desorientadas, sem saber o caminho, sem conhecer a verdade, sem conhecer o verdadeiro Salvador. Pelos métodos e meios normais de evangelização, torna-se muito difícil cumprir o “Ide” de Jesus, 2 que mandou pregar o evangelho, por todo o mundo, e a toda a criatura (Mc 16.15). No entanto, quando há uma união de esforços, mais pessoas podem ser alcançadas pela mensagem do evangelho, num curto espaço de tempo. Num mutirão evangelístico, podem ser alcançadas mais pessoas, numa semana, do que em seis meses de evangelização dentro dos templos, ou em cultos públicos ocasionais. Uma ilustração me vem à mente. Numa grande fazenda, ocupada por enorme plantação de trigo, uma criança se perdeu, quando brincava com colegas, no meio da vegetação, na parte da manhã. Como a criança não chegasse em casa, à hora do almoço, nem os colegas dessem notícia da mesma, os pais começaram a procurá-la, mas não conseguiram nada. Pediram ajuda às pessoas da fazenda, e das propriedades em volta. Houve boa vontade, as pessoas logo saíram ao campo, procurando a criança. Trabalham toda a tarde, cada grupo de pessoas numa direção diferente, pensando em encontrar a criança perdida.
No entanto, as sombras da noite chegaram, e, na escuridão, as buscas tiverem de ser interrompidas, para tristeza e angústia dos pais e familiares. No dia seguinte, a multidão de pessoas reuniuse em frente à casa dos pais aflitos, e se propuseram a novas buscas. Só que, no meio daquela gente, um homem deu uma idéia, dizendo: “Gente, vamos unir nossos esforços. Façamos o seguinte: em lugar de sair um grupo para um lado, e outro para outro, vamos dar-nos as mãos uns aos outros, façamos uma grande fileira, e avancemos sobre a plantação, todos na mesma direção”. E assim fizeram. Começaram à margem do trigal, e , lentamente, caminhavam, olhando cada espaço à sua frente. E, para surpresa e tristeza de todos, num determinado ponto, alguém gritou que achara a criança. Mas, infelizmente, estava morta, pelo frio da noite, e do medo, talvez. Não encontraram a criança. Encontraram seu cadáver.
Os pais ficaram desolados, e todos comoveram -se em lágrimas. E perguntavam: “Por que não fizemos isso ontem: Por que não demos as mãos ontem? Por que não fizemos um trabalho unidos?”. De fato, no dia anterior, houve interesse, mas os esforços foram desperdiçados, cada um para seu lado.
Assim, se queremos ganhar almas para Jesus, e não apenas encontrarmos cadáveres espirituais, devemos unir-nos na evangelização, cumprindo o mandamento de Jesus. Amém.

Pr. Elinaldo Renovato de Lima 
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